Na adolescência percebeu que era bonzinho demais, do tipo de cara que reprime os pequenos momentos de pecado, que não faz o que todos os amigos fazem, que não passa a mão nas moças quando tem a chance. Esse tipo de pessoa geralmente tem sua boa vontade abusada até pelos amigos, mas ele não via aquela característica como um defeito seu. Achava que tinha mais vitudes que os demais, e devia manter as coisas assim.
Contudo, o tempo foi passando, e o tempo nada mais é do que o cair das cortinas que mantém o espetáculo. Assim, o jovem foi percebendo a "maldade" naqueles em que menos esperava. Seus professores fumavam quando estavam fora da escola. Sua mãe tinha um imenso prazer em falar mal da vida alheia. O tio traía a esposa. Ele mesmo - para sua maior surpreza - sempre tivera momentos mesquinhos ou ligeiramente perversos, mas nunca permitira-se enxergar isso.
Convencido de que atitudes ruins eram parte da natureza das pessoas, concluiu que algumas delas, só algumas, podiam fazê-lo bem, de vez em quando - Aprecie com moderação. E assim começou a colar, a beber, a tirar um sarro, a matar aula - mesmo que raramente - e até mesmo a pular a cerca uma vez, enquanto estava namorando.
Em algum canto dentro dele, um daqueles cantos perigosos o bastante para que não se possa perceber completamente o que se passa neles, começava a gostar daquilo tudo. Aos vinte e cinco anos fumava, jogava, mentia com naturalidade, vendia drogas, devia dinheiro e frequentava prostíbulos. Ao mesmo tempo, era formado em engenharia de produção, tinha uma carreira promissora pela frente, tinha amigos com quem jogava futebol aos domingos, e ajudava a mãe financeiramente. Um bom menino.
...
Anos depois, quando ele tinha em torno de quarenta e cinco anos, andava pelas ruas da grande cidade durante a noite. Estava sóbrio. Ao passar por uma ruela mal iluminada no caminho para casa, viu uma bela garota, com aparência jovem - pelo menos no escuro -, que vinha pela mesma calçada no sentido contrário ao dele, ou seja, em sua direção. Devia estar voltando para sua casa também. A rua estava deserta e havia um beco sem saída no meio do caminho entre os dois. Ela parecia tão frágil...
Ele pensou: por que não?
Ok, esse foi meu post da semana. É uma história meio macabra que pensei nessa semana ou na passada, não faz muito sentido na minha cabeça e eu escrevi como saiu, mesmo, bem em estilo blogger amador, que é só pra esquentar. Achei que não teria como postá-la depois, sem o benefício do tema livre, e usei o título pra amarrá-la no post do Jow.
Só pra constar, a história não reflete qualquer concepção minha sobre o ser humano, sobre John Locke, sobre bem e mal. Vou postar minhas opiniões quando tiver que falar sobre temas.
Té mais. ^^
3 comentários:
l00000rk000000
é por isso que escolhi o dok uiaghiasguhguasihgsa
Nem sabia que o Dok escrevia, RS
Que TENSO isso.
Eu achei demais D:
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